quarta-feira, 7 de abril de 2010

Jornalismo com a nossa cara

O Dia do Jornalista é comemorado no Brasil nesta quarta-feira, 7, em homenagem ao jornalista João Batista Líbero Badaró, brasileiro de origem italiana, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, no dia 7 de abril de 1830, durante uma passeata de estudantes em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa.
Jornalistas do mundo inteiro, de países ricos ou pobres, de países mais ou menos democráticos, trabalham para levar à sociedade um bem precioso: a informação. Nesta tarefa – que a cada dia ganha mais importância e cria mais influência no metabolismo social – a atividade profissional do jornalista produz interpretação da realidade, indução de intenções, vontades, comportamentos e valores. Em cada sociedade, os jornalistas ajudam a produzir cultura, a constituir ou a desconstituir movimentos coletivos, a legitimar ou questionar as relações de poder estabelecidas. São, portanto, profissionais que cumprem uma relevante função social. Ou ao menos, é a função de todos, mas nem todos acabam fazendo. Acredito que um dos grandes motivos é que nem todos são, de fato, jornalistas.
No meu ponto de vista, o mercado de trabalho exige que o profissional seja atualizado e completo, ou seja, quem se aventura na profissão repórter nos dias de hoje, deve ser seu próprio, diretor, editor, produtor, e no caso dos veículos multimídia, como o webjornalismo, além de acumular essas funções devem também atuar como fotógrafo, cinegrafista e repórter de sua própria matéria.
Procurei algumas informações e acabei encontrando depoimentos de alguns jornalistas e vou dividir com vocês:
“Ser jornalista, de verdade, é muito mais que fazer uma maquiagem e sair para colher informações na rua. É preciso sondar, suspeitar (mesmo que de longe), ter faro de cachorro e ser discreto como um gato. Profissão danada de interessante porque nos permite cada dia ser uma pessoa diferente, pensar diferente e agir assim pensando na coletividade”, jornalista Jaime Neto, que trabalha num jornal impresso e numa assessoria de imprensa.
“Após anos dedicados ao jornalismo on-line posso afirmar que essa área do jornalismo cresce e se renova diariamente, o que é muito bom para os profissionais que escolheram a web como ambiente de trabalho. Mas, como todo jornalista ao refletir sobre a profissão percebo que infelizmente demos alguns passos para trás, como a questão do diploma e a banalização da profissão. Hoje mais do que nunca qualquer um quer ser jornalista, e o pior é que tem gente conseguindo”, desabafa Joelma Gonçalves.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os sindicatos filiados e os jornalistas profissionais de todo o país celebram o dia 07 de abril como o Dia Nacional do Jornalista, mas, desde 2002, ao invés de ser festejada, a data é utilizada pelas entidades representativas e pela categoria como dia nacional de mobilização em defesa da regulamentação profissional.
Qual o motivo da luta?
Uma decisão judicial suspendeu temporariamente, em 2002, a exigência da formação de nível superior específica em jornalismo para o exercício da profissão. E a decisão, temporária, ainda prevalece porque o Tribunal Regional Federal de São Paulo ainda não julgou os recursos interpostos pela Fenaj. Além da defesa da regulamentação da profissão - cuja exigência da formação de nível superior específica é um dos pilares -, os jornalistas do Brasil querem a criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). A Fenaj já encaminhou uma proposta de criação do CFJ ao Ministério do Trabalho e Emprego e quer envolver a sociedade brasileira no debate sobre a necessidade e a pertinência da criação do Conselho. Além de fiscalizar o exercício da profissão, o CFJ terá como atribuição avaliar a atuação profissional dos jornalistas, fazendo prevalecer as determinações do Código de Ética do Jornalismo. Segundo a Fenaj, manter a profissão regulamentada e criar o Conselho Federal de Jornalismo são medidas que interessam à sociedade. "Trata-se da defesa do acesso universal ao jornalismo (desde que atendidas as exigências da regulamentação), da qualificação do jornalista e do exercício da profissão de forma responsável e ética. A sociedade brasileira tem direito a uma informação de qualidade, o que exige profissionais capazes de honrar a natureza do jornalismo, um bem público com relevante função social. Portanto, ao contrário do que se imagina, a existência do CFJ não tem qualquer conotação corporativista’’, defende a Federação. No Brasil, são 110 mil jornalistas profissionais lutando pela causa. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe os dirigentes da Federação e dos sindicatos filiados, no Palácio do Planalto. Será dele, em última instância, a decisão de enviar o Projeto de Lei do CFJ ao Congresso Nacional.
Eu, Vinícius Braga Conrad, sempre gostei da profissão e por isso, resolvi me qualificar e buscar esse objetivo na vida, para que, com as palavras, com a comunicação, possa contribuir com a sociedade. Hoje, resta apenas torcer e buscar melhoras, já que o mercado está concorrido e existem muitos pseudo-jornalistas. A luta não é fácil, mas temos que fazer um jornalismo com a nossa cara e torcer para que os nossos governantes aproveitem essa campanha eleitoral para debater sobre a importância de jornalistas qualificados e preparados. Caso isso não aconteça e a profissão continua desregulamentada, continuare com o mesmo objetivo e com sensação de dever cumprido.
A caminhada está no final, falta pouco! Por enquanto, ainda não posso comemorar, daqui um ano, a história será outra? É esperar pra ver, é esperar pra ver...

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