quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sociedade Esportiva Luis Felipe Scolari


Fim de jogo em São Jánuário. Vasco e Palmeiras empatam em zero a zero. Há tempos que não se via um jogo tão fraco em todos os aspectos. Mas o pior para o lado palestrino ainda estava por vir, após o jogo, alguns atletas não cumpriram o horário estabelecido pela comissão técnica e chegaram ao final da madrugada, o que desencadeou uma briga entre o treinador Antonio Carlos Zago e o atacante Robert, um dos "atrasados", culminando na demissão dos dois profissionais.

O que isso tem haver com a atual fase do Palmeiras? Tudo, pois depois dessa situação lamentável a grande maioria temia pelo rebaixamento do clube, só que à diretoria resolveu "acordar" e o sangue italiano começou enfim a correr nas veias de Belluzzo e Cia Ltda. O primeiro nome a chegar ao Palestra Itália foi à do ídolo Kleber, antigo sonho da torcida. Veio à parada para a disputa da Copa do Mundo, e os rumores que o clube traria de volta o técnico Luis Felipe Scolari aumentavam, e o que parecia uma utopia se concretizou com o acerto do treinador.

O medo da queda já não existia mais, ora, como iria cair um time que contava com o Felipão no banco? Porem com o passar das rodadas ficava claro que nem o balado técnico daria jeito nas deficiências do time, então lá foi Belluzzo mexer seus pauzinhos, e quem desembarcava na cidade para acertar com o clube? Valdívia. Isso mesmo, o Mago, que se juntando a Felipão, Kleber, Marcos e M. Assunção, formariam um ótimo time na mente dos fanáticos, um bom time e nada mais para os mais lúcidos.

O time seguia aos trancos no campeonato nacional, o risco de rebaixamento não existia mais, porem o time não conseguia sair de uma posição intermediária na tabela. O que faltava para esse time de Felipão engrenar, perguntam-se os torcedores. A resposta veio dia 20/08, na partida de volta da primeira fase da Copa Sul Americana, contra o Vitória. Jogo tenso no Pacaembú, o resultado de 2x0 levava o decisão para os pênaltis, mas com uma cobrança de falta magistral de M. Assunção, aos 43 do 2° tempo, o Palmeiras avançava às oitavas-de-final da competição. Jogo com a cara do treinador, que anos antes se consagrara justamente pelo sucesso em competições nesse formato. Alívio para a torcida. Era a confirmação de que o bom e velho Felipão estava de volta ao lar.

Com o passar dos jogos, o técnico, aliado ao seu fiel escudeiro Murtosa, conseguira dar um padrão de jogo ao time, fazendo inclusive a equipe brigar por uma vaga no G4 do Brasileirão. Na Sul Americana, classificação mole diante do Universitário de Sucre, e a confirmação do confronto contra o Galo mineiro, já pelas quartas-de-final. Com a queda de rendimento no Brasileirão, ficou decidido. Dedicação total ao torneio continental, que também da acesso a Taça Libertadores da América ao campeão, ou seja, time misto no nacional.

No primeiro confronto contra o Atlético, em Minas Gerais, empate em 1x1. Bom resultado, caso não fosse pelo clube mineiro jogar com o time todo reserva, devido ao iminente risco de rebaixamento no Campeonato Nacional. Felipão então convocou sua torcida, assim como fizera 11 anos antes, na campanha vitoriosa da Libertadores. Hoje, no 2° confronto, o que vimos foi um Pacaembu lotado, todo em verde e branco, seja ele esmeralda ou florescente, e um jogo disputadíssimo. Logo no início o craque do time, Valdívia sentiu novamente sua lesão misteriosa, a mesma que já o havia tirado dos cincos últimos jogos.

O time misto do Galo jogava bem, criava chances, só que o Palmeiras tinha M. Assunção, o amuleto de Felipão. Assim como o paraguaio Chiqui Arce, em 99, Assunção era o dono das bolas paradas do time, e foi numa cobrança de escanteio já na metade do 1° tempo que ele estufou a rede atleticana, para delírio dos mais de 30 mil torcedores no estádio. Veio o 2° tempo, e junto uma pressão mineira, que podia não estar com suas estrelas em campo, mas contava com um time de verdadeiros homens, dispostos a vender caro a derrota no prélio.

Depois de mais de meia hora de domínio dos visitantes, que há essas alturas se jogavam ao ataque, o verdão soube aproveitar os espaços, e num rápido contra golpe, o voluntarioso Luan fez mais um, selando assim a classificação para a semi-final.

Disso tudo podemos tirar uma certeza. De que o Palmeiras é um time longe de encantar seu torcedor, mas é uma equipe valente, que tem a cara do seu treinador, que briga com tudo e com todos por seus comandados, e que também consegue tirar o máximo de qualidade de quem simplesmente parece estar num campo de futebol por puro engano. O Palmeiras é sim forte favorito ao título, e a torcida agradece e enaltece ainda mais um tal de Luis Felipe Scolari

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